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50 anos de Psicologia: do cientificismo à defesa da dignidade humana


Data de Publicação: 27 de agosto de 2012


No dia 27 de agosto de 1962 foi aprovada a Lei 4.119, que regulamentou e reconheceu a Psicologia como profissão.  Naquele tempo, grande parte dos psicólogos se aproximava de uma perspectiva cientificista, positivista e individualizante da Psicologia. O olhar do psicólogo, naquele momento, se pretendia neutro e apolítico.

Neste caminho, no entanto, a Psicologia foi utilizada em práticas excludentes e elitistas, por vezes a serviço de projetos nacionais de desenvolvimento econômico. Por muito tempo, a dinâmica de funcionamento da sociedade e as implicações sociais e políticas das práticas em Psicologia foram questões ignoradas nos debates produzidos pela categoria.

Talvez por consequência desse fato, psicólogos chegaram a ser usados em sessões de tortura praticadas pelo Estado durante a ditadura civil-militar (1964-1985). É por esses anos que a Psicologia começa a se questionar e se reinventar, em consonância com as mobilizações pela redemocratização do país.

A importação de teorias psicológicas inadequadas à realidade brasileira e latinoamericana passou a ser fortemente criticada. Profissionais, pesquisadores, professores e estudantes acumularam experiências, enfrentaram os desafios encontrados no cotidiano de suas práticas e assimilaram demandas dos diversos segmentos da sociedade com os quais trabalhavam.

Pouco a pouco, consolidou-se uma Psicologia com projetos próprios de intervenção e popularização, em um país que precisava – e segue precisando – de transformações sociais urgentes. A defesa dos direitos humanos e do respeito incondicional à diversidade de pessoas, povos e culturas é absolutamente incorporada ao saber e ao fazer de psicólogas e psicólogos.

Hoje, graças ao pensamento e à luta de diversos profissionais, pesquisadores e militantes da área, a Psicologia é diversa e plural, sempre em diálogo com os contextos sociais em que está inserida. O CRP-RJ comemora esta nossa História e acredita que a caminhada prossegue rumo a outros horizontes, onde a vida humana será plenamente valorizada e as violências e silenciamentos produzidos em nossa sociedade serão apenas lembranças. Nesse dia, estaremos comemorando os passos que hoje estamos dando.