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Seminário Mídia e Psicologia questiona cultura dos Reality Shows


Data de Publicação: 29 de junho de 2007


Palestrantes questionaram vigilância e intimidade nos meios de comunicação

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A mesa “Questões da Cultura”, do Semiário Mídia e Psicologia, contou com a participação do Vice-Presidente do Conselho Federal de Psicologia, Marcus Vinícius de Oliveira, do professor Luiz Alberto Sanz, do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da professora Fernanda Bruno, do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Luiz Alberto Sanz criticou o modo como as culturas sofrem intervenção, ao serem submetidas aos meios de comunicação. De acordo com ele, “na estratégia dominante, os meios de comunicação são essenciais para garantir a hegemonia eurocêntrica, embora pareçam manifestar e expressar o

Semiário Mídia e Psicologia organizou um mesa redonda para debater as questões da cultura.

Semiário Mídia e Psicologia organizou um mesa redonda para debater as questões da cultura.

multiculturalismo das populações ‘incluídas’”. O professor ressaltou a importância de se permitir a influência entre as culturas, mas destacou que “influências não devem ser confundidas com substituição de identidades”.

O Vice-Presidente do Conselho Federal de Psicologia, Marcus Vinícius Oliveira trouxe à mesa questões entre a cultura e loucura, destacando a mudança de paradigmas na sociedade ocidental que, após a difusão de idéias contra os manicômios, passou a dar espaço para as pessoas que sofrem de transtornos mentais, antes confinadas em hospitais psiquiátricos: “Os lugares são estabelecidos ao longo da História”, disse. Marcus Vinícius afirmou ser necessário desmistificar a concepção funcionalista das instituições: “Anteriormente, foram criados os dispositivos manicomial e psiquiátrico, que agora são colocados em questão. Hoje os loucos também podem participar da produção de imagens. Quem já assistiu à produção da TV Pinel nota uma ordem de expressão que é muito instigante”, ressaltou.

A professora Fernanda Bruno falou sobre a cultura midiática atual, baseada na exploração de um ‘efeito de intimidade’. Ela questionou o modelo dos reality shows, a produção de subjetividade em fotologs e weblogs, na internet. De acordo com a professora os reality shows tem um caráter sintomático, em relação à cultura contemporânea: “A mídia investe cada vez mais no homem comum, nas vidas ordinárias”.

“O reality show não é o retrato fiel de uma realidade que pré-existe, isso não acontece. Ali, não há referente, é uma realidade que está sendo engendrada pelo próprio dispositivo do jogo, não há um antes”, disse Fernanda. A professora ressaltou o poder de intervenção da mídia sobre a vida de pessoas comuns: “É atribuída à própria maquinaria midiática o poder de ser um operador efetivo, um operador social. Ela transforma o desempregado [vencedor de um reality show] em empregado”, disse.

“O grande monstro continua sendo o capitalismo. Desligue a TV, não assista ao reality show”, disse Marcus Vinícius. Os palestrantes criticaram a cultura da vigilância: a professora Fernanda Bruno afirmou que, atualmente, a idéia de vigilância acaba sendo associada à segurança. “Temos câmeras diariamente no cotidiano, nos elevadores, nas ruas”, disse Sanz. “Há uma banalização da vigilância”, criticou Fernanda.

Clique aqui e acompanhe no site do CFP o evento.



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