No segundo dia de Seminário Mídia e Psicologia, a mesa “A tecnologia das mídias: a relação dos sujeitos com os meios técnicos de comunicação” lotou duas salas do Instituto de Psicologia da UFRJ.
Com a presença de Ana Maria Nicollacci, professora do departamento de Psicologia da PUC-Rio; Rosa Pedro, professora do Instituto de Psicologia da UFRJ, e Gustavo Gindre, representante do Coletivo Brasil de Comunicação Social Intervozes do Rio de Janeiro, a mesa teve a coordenação de Mara Regina Chuariri da Silva e discutiu a importância dos meios na relação com a mídia.
Ana Maria deu início à mesa, falando sobre a mobilidade provocada pelos meios de comunicação atuais. Segundo ela, hoje não só nos movimentamos por espaços físicos e virtuais, mas por espaços híbridos, onde o físico e o virtual se misturam. “Toda vez que usamos um celular estamos nesse espaço híbrido, porque nos deslocamos física e virtualmente”. Para ela, hoje, a mobilidade – de todos os tipos – já é incorporada ao nosso modo de existir. A fluidez é a grande característica de nosso tempo. “O grande paradoxo é que hoje as poucas coisas estáveis que temos são o movimento e a mudança”, afirmou.
Gustavo salientou a importância de se considerar a comunicação e a cultura como Direitos Humanos inalienáveis.“É por isso que lutamos para que todos tenham acesso a elas”. Ele afirmou que, desde o início da comunicação de massa, nunca se viu uma potência democrática tão grande quanto a possibilitada pelos meios hoje e, por isso, é preciso cuidar dela. “A mídia digital é a mídia mais interativa que já se produziu. No entanto, o mesmo cenário que aponta para esta potência democratizante, aponta para uma concentração de propriedade. É preciso tomar cuidar para que ela não solape esta potência”.

A mesa “A tecnologia das mídias: a relação dos sujeitos com os meios técnicos de comunicação” lotou duas salas do Instituto de Psicologia da UFRJ.
Rosa falou sobre como a tecnologia está imbricada nas formas de socialização e de subjetividade. Segundo ela, sempre se avalia os meios tecnológicos através de seu impacto, os riscos e possibilidades trazidos por eles, mas é preciso pensar que a sociedade está imbricada na tecnologia e vice-versa. “Um pesquisador não seria o que é se não fossem os dispositivos tecnológicos dos quais ele usa, por exemplo. Temos que parar de pensar a rede que conecta pessoas e dispositivos tecnológicos a partir dos pólos, e pensá-la a partir das relações, dos agenciamentos.
Após a palestra, foi realizado um debate com os presentes. O Seminário Nacional Mídia e Psicologia continua até o dia 30 de junho no Instituto de Psicologia da UFRJ.