No dia 28 de junho, aconteceu, no auditório da Associação Brasileira de Imprensa, a abertura do Seminário Nacional Mídia e Psicologia, promovido pelo CFP em parceria com o CRP-RJ, com o apoio do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, da ABEP, da ABI e do Instituto de Psicologia da UFRJ.

Mesa de abertura do evento.
O evento foi aberto por uma mesa composta por Ana Bock, presidente do Conselho Federal de Psicologia; José Novaes, conselheiro do CRP-RJ; Vera Canabrava, conselheira do Conselho Federal de Psicologia e representante do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação; e Marcos Ferreira, presidente da Associação Brasileira de Ensino de Psicologia. Os quatro elogiaram a iniciativa do CFP de abrir a discussão sobre as diversas questões da mídia e a participação da Psicologia nesse debate. Em seguida, foram realizadas duas homenagens a Perseu Abramo e Daniel Hertz, jornalistas que lutaram pela democratização da Comunicação.
Após as homenagens, foi realizada uma mesa com a presença de Manuel Calvino, psicólogo cubano representante da União Latino-Americana de Psicologia e professor da Universidade de Havana, e José Arbex Jr., editor especial da Revista Caros Amigos.

José Arbex questionou a postura da mídia e da sociedade em geral que supervaloriza determinados eventos e esquece outros.
José Arbex foi o primeiro a falar. Citando exemplos como a Guerra do Golfo e a Guerra do Iraque, ele questionou a postura da mídia e da sociedade em geral que supervaloriza determinados eventos e esquece outros. “Como é que a mídia consegue vender para a opinião pública estes absurdos? Que processo é este que nos conduz a essa passividade diante de um homicídio em larga escala?” Ele culpou a mídia por difundir determinados valores que constroem uma subjetividade passiva quanto a determinados eventos. “Não falo de uma conspiração que decide todos os dias o que eles irão divulgar para o público, mas existe uma lógica, uma matriz de pensamento que divulga esta idéia de que determinadas pessoas contam mais que outras”.
Manuel Calvino falou sobre a participação da Psicologia neste processo. Segundo ele, é preciso que os psicólogos incluam a mídia quando

Manuel Calvino falou sobre a necessidade dos psicólogos incluirem a mídia quando pensarem a produção de subjetividade.
pensarem a produção de subjetividade. “Quando pensamos em produção de subjetividade, pensamos na escola e na família. Mas hoje qualquer criança é muito mais influenciada pela TV do que pelo que seu pai ou sua professora fala”. Ele salientou a importância de se criar uma cultura crítica de consumo da mídia. “Não se pode demonizar o meio. Quem faz o meio é que é o problema”. E completou: “É preciso ensinar a pensar o meio e transformá-lo aos poucos, de dentro. E os psicólogos podem fazer isso através de sua prática”.
O Seminário Nacional Mídia e Psicologia continua até o dia 30 de junho, sempre de 9h às19h, no Instituto de Psicologia da UFRJ.